Oi, meu nome é Neuza e vou contar um pouco da minha história.
O Hostel Torre, como quase todo negócio familiar, nasceu da necessidade de garantir uma renda mensal para pagar as contas. Naquela época, eu trabalhava na Arquidiocese de São Salvador, na Pastoral da Saúde. Recebia uma pequena quantia — meio salário mínimo — que, como hoje, era muito pouco. Ainda assim, fazia milagres: comprava e vendia calcinhas, artesanato...
Foi em um apartamento de três quartos que transformei o espaço em um albergue (hostel) da juventude, com dois beliches em cada quarto. Recebi os primeiros hóspedes estrangeiros, e assim nasceu o albergue (hostel) — que anos depois se tornaria o Hostel Torre.
Mesmo com tudo isso, o dinheiro ainda era escasso. Eu sempre ajudava pessoas em troca de alguns trocados a mais.
Em 1990, uma pessoa do setor financeiro me perguntou qual era o meu sonho. Ele era um dos meus amigos — pois, dentro do Palácio da Sé, eu tinha muitos. Quando não estava trabalhando, estava conversando com alguém. Um desses amigos era o monsenhor da Igreja da Misericórdia.
O nosso arcebispo primaz do Brasil, Dom Avelar Brandão Vilela, era muito humano e ajudava muitas pessoas. Ele se referia aos funcionários como a “Família da Sé”. Muitos deles receberam ruínas como forma de auxílio. Alguns aceitaram, outros não — por serem casas muito grandes e difíceis de manter.
A história continua...